A bactéria Legionella está presente um pouco por toda a parte, particularmente nas massas de água doce. Como tal, inevitavelmente encontra-se presente em instalações onde circula água, como é o caso de instalações sanitárias (duches, torneiras e canalizações), instalações de climatização (ar condicionado, sistema avac), dispositivos de refrigeração, instalações terapêuticas e recreativas (spas, piscinas, balneários termais) e equipamentos médicos que produzam aerossóis.
A variedade Legionella pneumphila é particularmente prejudicial à saúde humana quando em contacto com o sistema respiratório, através de pequenas gotículas de água ou aerossóis, dando origem a infeções pulmonares. A doença do Legionário, assim conhecida depois do surto ocorrido num hotel americano em 1976, continua a causar vítimas nos dias de hoje, sendo prova disso as mais recentes notícias que dão conta de mais um surto da doença na área de Lisboa.
A Portaria n.º 353-A/2013, de 4 de dezembro, estabelece os valores mínimos de caudal de ar novo por espaço, bem como os limiares de proteção e as condições de referência para os poluentes do ar interior dos edifícios de comércio e serviços. A tabela I.09 “Condições de referência para os poluentes microbiológicos”, desta Portaria, indica que a concentração de Legionella spp na matriz água deverá ser inferior a 100 ufc/L, exceto nos casos em que a pesquisa é feita em torres de arrefecimento, em que a concentração deverá ser inferior a 1000 ufc/L. Deverá verificar-se a ausência de Legionella pneumophila.
Apesar da existência de legislação no que concerne à qualidade do ar interior, a ausência de legislação mais abrangente no que ao assunto da Legionella diz respeito, dificulta não só o estabelecimento das obrigações dos responsáveis das instalações potencialmente causadoras da doença, bem como o estabelecimento de medidas preventivas para protecção dos trabalhadores e público em geral.
A despistagem da presença de Legionella, de forma periódica, configura-se portanto como estratégia adequada para a prevenção de episódios infecciosos, preservando assim a saúde pública e, em muitos casos, a própria vida.
O EnviLab – Laboratório de Monitorização da EnviEstudos, possui experiência na amostragem de águas e esfregaços para despiste de legionella.